terça-feira, 6 de outubro de 2015

Cinco mesatenistas de São Caetano farão intercâmbio na China

A nata do tênis de mesa brasileiro está em São Caetano. Isso é fato. A grande maioria dos atletas da Seleção Brasileira, em qualquer categoria, é oriunda da cidade do ABCD. Pensando em aumentar ainda mais o nível dos jogadores, um intercâmbio entre Brasil e China levará 20 profissionais da modalidade para um mês de treinamento em solo chinês. Quatro técnicos - sendo um deles o português Ricardo Faria, consultor internacional da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) e responsável pela parte técnica do programa Diamantes do Futuro (projeto nacional de detecção e manutenção de jovens talentos) - e ainda 16 jogadores, sendo cinco de São Caetano, irão compor o grupo que viaja no dia 15 de novembro.
Os intercambistas ficarão no Centro de Treinamento de seleção nacional da China, em Chengdu, e as despesas serão pagas pelo consulado da China, sendo superiores a R$ 200 mil. Os nomes que representarão a Região serão Rafael Torino, Kenzo Carmo, Henrique Noguti, Laura Watanabe e Giulia Takahashi. A última é a mais jovem da trupe, com apenas 10 anos e não vê a hora de passar pela experiência. “Acho que vai ser muito legal conhecer a China e treinar o dia todo. Vai ser bem diferente e puxado. Eu acho os chineses os melhores do mundo”, opinou a garota.
Já um dos mais velhos da delegação, Rafael Torino, de 14 anos, lembra que o aprendizado vai além do jogo. “São culturas bem diferentes, comidas exóticas, e teremos que nos acostumar. O tênis de mesa na China tem muito investimento, estrutura, e será importante ter essa experiência para aprender.” Os atletas farão treinos em três períodos, sendo manhã, tarde e noite.
Técnico dos talentos sulcaetanenses, Francisco Arado, o Paco, enxerga a ação como uma ajuda, mas não uma solução final. “Acho que será uma grande experiência, motivadora. São jovens e vão treinar no melhor país do mundo no tênis de mesa. Enfrentarão crianças com nível muito bom e poderão comparar o que precisam melhorar, onde querem chegar. Além da questão de estar longe de casa, alimentação diferente, tudo que na vida de um atleta de alto nível é necessário se adaptar. Porém, não é um mês na China que vai resolver o problema. Os outros 11 meses no Brasil são tão importantes quanto. De qualquer maneira, irá contribuir para o desenvolvimento de todos”, ponderou.
O presidente da CBTM, Alaor Azevedo, espera mostrar a qualidade brasileira para os chineses. “Este intercâmbio será de extrema importância para o tênis de mesa brasileiro, não somente para a qualificação técnica dos atletas, mas também pelo conhecimento do mais alto grau de excelência do nosso esporte, na China. Inclusive já proporcionamos aos mesatenistas experiências como esta antes mesmo da parceria entre o Ministério do Esporte e o governo chinês, com a ida de quatro jovens de 10 a 14 anos no início deste ano, além da equipe feminina da Seleção Brasileira, que já disputou a Liga Chinesa em 2014”, citou. Treinador diz que nova experiência pode mudar jogo de atletas.
Cada atleta molda seu próprio estilo de jogo, seja em qual modalidade atuar. O treinador é parte importante deste processo e o intercâmbio com os chineses pode ser o diferencial para os detalhes do futuro dos atletas brasileiros. É assim que o técnico de São Caetano, Paco, analisa.
“Os treinadores chineses poderão incrementar detalhes importantes para os jovens. Por exemplo, as meninas de lá jogam sempre próximas à mesa, de forma rápida, enquanto aqui no Brasil o estilo é mais parecido com o do homem, longe da mesa. Este tipo de percepção pode ser acrescentado na forma de cada um jogar. No masculino será importante para ter uma estratégia melhor na hora de ganhar o ponto, de definir mesmo. Eles são os melhores neste aspecto. É a maneira de pensar no futuro de como jogará”, explicou.
Apesar das atividades diárias em São Caetano, todo atleta pode puxar alguma informação a mais, já que a cultura de cada lugar incrementa novos detalhes. “Uma técnica de movimentação de perna, por exemplo, já pode fazer uma diferença. Vai ser produtivo, já que são muito jovens e podem entender algo que o técnico no dia a dia não consegue passar.”
Cuidando dos jovens, mas vendo de perto também o sucesso do adulto, Paco acredita que o tênis de mesa brasileiro fará um bom papel nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. “Temos evoluído muito. Estamos na elite masculina e feminina, conquistando títulos inéditos. O processo é longo e sabemos que temos que construir um jogador com 10, 15, até 20 anos. Estou esperançoso por uma boa performance, mas com calma, sem apressar as coisas e colocar pressão nos atletas”, finalizou.
FONTE: JORNAL ABCDMAIOR

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